31 de março de 2014

Cidades de Papel - John Green

Título Original: Paper Towns
Editora: Intrínseca
Páginas: 366
Gênero: Romance/Aventura
Ano: 2013
ISBN: 978-85-8057-374-9
Classificação: EstrelasEstrelasEstrelasEstrelasEstrelas
Onde Comprar: SUBAMARINO | SARAIVA | CULTURA
 
 

Cidades de Papel é um romance adolescente um pouco dramático, mas que tem também um espírito aventureiro, e que se passa em Orlando - Flórida. Quentin, o narrador protagonista, é um garoto nerd, cujas principais preocupações giram em torno de ingressar em uma Universidade no fim do verão e em jogar videogame com seus melhores amigos Ben e Radar. Filho de pais psicólogos, Q. se diz muito equilibrado (pelo menos frente aos pais), mas durante o desenvolver do livro vai se mostrar bastante egocêntrico e por vezes, egoísta.


Margo Roth Spiegelman é a garota mais popular do colégio, está sempre rodeada de amigos e se esforça para agradar a todos. Mas essa Margo que está na superfície não passa de uma máscara, de uma barreira, que a separa da verdadeira Margo: uma garota inteligente e amável, de personalidade forte e nada fútil, com sonhos enormes a serem realizados, mas que se esconde do mundo, que nega sua verdadeira essência.


Margo e Q. são vizinhos e foram muito amigos durante toda a infância, mas essa amizade passou a se dissolver ao longo da adolescência quando eles escolheram estilos de vida completamente diferentes. Mesmo estudando no mesmo colégio, os amigos de infância quase nunca se olham ou se cumprimentam; é como se eles nem se conhecessem. No entanto, Quentin tem uma grande paixão por Margo desde que eram crianças e reprime esse sentimento da melhor maneira que pode, já que ela namora o Jase e nem sequer olha para ele.




 “A cidade era de papel, mas as memórias, não. Todas as coisas que eu tinha feito ali, todo o amor, a pena, a compaixão, a violência e o desprezo estavam aflorando em mim."



Tudo continua normal na vida de Q. até que Margo resolve invadir o quarto dele e intimá-lo a ajudá-la em uma missão planejada por ela para se vingar de seu namorado, Jase, e de sua melhor amiga, Becca, que a estavam traindo. Após uma madrugada inteira de aventuras jamais imaginadas por Q. ao lado da sua amada ex melhor amiga, ele sente-se vivo como nunca tivera sentido em sua vida rotineira e acredita que seu relacionamento com Margo voltará a ser como nos velhos tempos. O que ele não podia imaginar é que Margo Roth Spiegelman haveria sumido do mapa no dia seguinte.


A garota deixou pistas para o amigo, e Q. não hesita em começar a segui-las, iniciando uma busca por Margo que parece não ter fim. Para isso ele contará com a ajuda de seus amigos, Ben e Radar, e com Lacey uma das amigas de Margo.




"Basta lembrar que, às vezes, a forma como você pensa sobre as pessoas não é a maneira como elas realmente são"



John Green construiu um universo cheio de metáforas para passar mensagens incríveis aos leitores. Esse foi o ponto que mais me chamou a atenção e mais me agradou em Cidades de Papel. Quentin e Margo são personagens muito bem construídos e psicologicamente bem explorados, e nem podia ser diferente, tendo em vista a mensagem principal que o autor quis transparecer:  as pessoas são só pessoas.


Margo é uma personagem de quem não se tem muitas informações a não ser pelas próprias lembranças de Quentin e é por isso que cada leitor acaba construindo a sua própria Margo: mais uma sacada sensacional do autor, que se utiliza desse artifício para criar a metáfora de que pessoas são só pessoas e, às vezes, nem elas mesmas sabem quem são.


A narrativa é fácil e atraente, fazendo com que a leitura flua bem, característica marcante nas obras do autor, que sempre surpreende os leitores com seus enredos bem amarrados e cheios de informações que demandam certa pesquisa.  Sou apaixonada pela capa desse livro que é muito amor, as páginas são amareladas e a diagramação é ótima.




"O para sempre é feito de agoras"



* * *


Sobre o autor: “John Green,premiado best-seller do The New York Times, é formado em língua inglesa e estudos religiosos pelo Kenyon College, em Ohio. Nasceu em 1977 em Indiana, onde vive com a mulher e o filho, e ao longo dos anos morou em Nova York, Illinois, Michigan, Flórida e Alabama. Atuou como redator na National Public Radio em Chicaco, foi editor assistente e de produção da revista de resenhas literárias Booklist e assinou críticas de livros para o The New York Times. Personalidade ativa na internet, além do próprio blog, do Twitter e do canal do YouTube Vlogbrothers, John coapresenta os vídeos do projeto “Crash Courses”: canal on-line com aulas gratuitas de história e biologia. Ele autografou todos os 150 mil exemplares da primeira tiragem de A culpa é das estrelas nos Estados Unidos.” 


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Beijos com carinho!

21 de março de 2014

Um Dia - David Nicholls

Título Original: One Day
Editora: Intrínseca
Páginas: 416
Gênero: Romance/Drama
Ano: 2011
ISBN: 978-85-8057-045-8
Classificação: EstrelasEstrelasEstrelasEstrelasEstrelas
Onde Comprar: SUBMARINO | SARAIVA | CULTURA
 
 

Um dia é um livro de David Nicholls, que ficou entre os mais vendidos em muitos países, inclusive no Brasil. Inspirou o filme de mesmo nome, estrelado por Anne Hathaway Jim Sturgess. A leitura é gostosa e rápida. Os capítulos não são curtos (vinte e três capítulos divididos em quatrocentas e dezesseis páginas), mas mesmo assim a leitura flui bem e te deixa com gostinho de quero-mais. Além dos capítulos, o livro é dividido em cinco partes: vinte e poucos anosvinte e tantos anostrinta e poucos anostrinta e tantos anos e três aniversários.


Emma Morley, a protagonista, é uma garota diferente, com óculos grandes e uma vontade imensa de ser escritora. Ela e Dexter Mayhew, o popular e mulherengo garoto por quem Emma tem uma pequena-grande queda desde o início da faculdade, se conhecem oficialmente no dia do baile de formatura e acabam passando a noite juntos (mas não do jeito que você está imaginando!). Eles sabem que no dia seguinte tudo acabará e que cada um trilhará um caminho diferente. Ainda assim, deixam florescer uma grande amizade, bastante incomum e, de certa forma, um pouco colorida. Mesmo vivendo vidas completamente diferentes Em e Dex conseguem manter contato e sustentar uma amizade muito complicada. Juntos, eles passam por muitas coisas, boas e ruins, de forma muito realista.


A história dura um período de quase vinte anos e se passa na Inglaterra (♥). Emma e Dexter se conhecem no dia 15 de julho de 1988 (dia de São Swithin*) e todos os capítulos se passam no dia 15 de julho dos próximos dezenove anos, quando o casal de amigos se fala ao telefone ou se reencontra, uma dinâmica que achei muito interessante e diferente. Em e Dex vivem vidas completamente distintas, escolheram para si caminhos opostos e são, em sua personalidade, pessoas muito diferentes. No entanto, o destino insiste em trombá-los de vez em quando e quando isso acontece, é sempre muito intenso. No final das contas, eles só têm um ao outro.


Com personagens psicologicamente muito bem construídos e explorados e uma narrativa instigante, esse é um romance de tirar o fôlego, um drama muito bem elaborado, e nada clichê, ao contrário do que pode parecer. Você vai se surpreender!


A capa é linda, com essa imagem muito fofa inspirada no filme; o título foi feito em verniz e com relevo. As páginas são amareladas e a diagramação é ótima.


* Segundo a tradição inglesa, os quarenta dias que se seguem após 15 de julho, dia de São Swithin, terão exatamente o mesmo clima desta data.




Um dia: Vinte anos, duas pessoas



Sobre o autor: "David Nicholls nasceu em 1966, em Hampshire, Inglaterra. Formado em literatura e teatro inglês, optou pela carreira de ator e recebeu uma bolsa da American Musical and Dramatic Academy de Nova York. De volta a Londres, atuou em espetáculos teatrais no Battersea Arts Centre, The Finborough,West Yorkshire Playhouse e Birmingham Repertory Theatre. Entre uma peça e outra, em Londres, Nicholls trabalhava como vendedor da rede de livrarias Waterstone's, em Notting Hill. Após trabalhos freelance, conseguiu emprego como leitor de peças e pesquisador da BBC Radio Drama, o que o levou à edição de roteiros na London Week Television e na Tiger Aspect Productions. Nessa época, começou a escrever e adaptou a peça de Sam Shepard, Simpatico, que se tornou um filme estrelado por Sharon Stone e Nick Nolte, em 1999. Ao longo de sua notável carreira de roteirista, recebeu duas indicações ao BAFTA. Além de Um dia, publicou os romances Starter for Ten eThe Understudy." site oficial / fanpage



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10 de março de 2014

A Lição Final - Randy Pausch

Título Original:  The Last Lecture
Editora: Agir
Páginas: 249
Gênero: Autoajuda
ISBN: 978-85-2200-920-6
Classificação: EstrelasEstrelasEstrelasEstrelasEstrelas
Onde Comprar: SARAIVA | CULTURA
 
 

A lição final é um livro diferente dos que eu costumo ler. A história do livro não é ficcional, e sim a história de vida de Randy Pausch, o próprio autor, que sofria de câncer em estágio terminal. Ele era casado, tinha três filhos e lecionava computação na Universidade Carnegie Mellon.




Para se despedir, Randy decidi fazer uma palestra na Universidade, onde iria falar sobre seus sonhos de infância e conquistas, uma retrospectiva de sua vida, a qual ele gostaria que fosse seu presente para seus filhos, que cresceriam sem um pai. A palestra (que de fato ocorreu) foi filmada e vista mais de 15 milhões de vezes até hoje no site do YouTube. O livro foi inspirado nessa palestra e foi escrito por Pausch em parceria com o jornalista Jeffrey Zaslow.


Durante o livro, que é narrado pelo próprio Randy, ele conta desde como começou a ideia da palestra até a sua preparação e execução. Ele precisava deixar a sua marca, e a palestra seria essa realização. Sua esposa, Jay, não concordava, pois para ela, ele deveria se ocupar aproveitando ao máximo o tempo com a sua família. Randy tentava conciliar as duas coisas e por fim acabou convencendo Jay. Durante semanas ele pensou sobre o que falaria na palestra e decidiu fazer slides para poder ilustrar e dinamizar.







Durante uma hora e dezesseis minutos de palestra, Randy fala sobre seus sonhos de infância e conquistas e dá lições sobre a felicidade, realização pessoal e profissional e determinação. É um livro muito otimista e emocionante e apesar de ser considerado um livro de autoajuda eu não o considero assim. Para mim é um livro da vida, realmente uma lição, algo que deve ser levado para sempre. É um livro que me fez refletir sobre a vida e sobre como é possível, em meio à tantos obstáculos e dificuldades, encontrar algo de positivo e seguir a vida sorrindo.

A lição final foi publicado aqui no Brasil pela Editora Agir e eu gostei muito da edição. Foi mantida a capa original, que eu achei linda e que tem tudo a ver com o Randy e com o contexto do livro. A capa é dura (♥) e o título é envernizado e em relevo, as páginas são amareladas e os títulos dos capítulos são bastante sugestivos. A diagramação (fonte, margem e espaçamento) é ótima. A leitura é super rápida e flui bem, os capítulos são bem curtinhos (duzentas e quarenta e nove páginas divididas em cinquenta e nove capítulos) e divididos em seis partes. Outra coisa de que eu gostei muito foram as fotos das lembranças do Randy dispostas nas páginas.


"Não podemos trocar as cartas que recebemos, mas apenas pensar como jogar"

Um livro que vale a pena ser lido com todo o cuidado e carinho!


Quem quiser assistir, este é o vídeo da palestra na íntegra, mas está sem legenda (encontrei no YouTube a palestra legendada, porém está dividida em oito partes e a resolução é péssima).


[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=ji5_MqicxSo[/youtube]


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2 de março de 2014

Marina - Carlos Ruiz Zafón

marina
Título Original: Marina
Editora: Suma de Letras
Páginas: 189
Gênero: Mistério/Drama
ISBN: 978-85-8105-016-4
Classificação: EstrelasEstrelasEstrelasEstrelasEstrelas
Onde comprar: SUBMARINO | SARAIVA | CULTURA
 
 
 

Marina é um suspense narrado por Óscar Drai, um garoto de 15 anos que vive em um internato, imerso em solidão e tédio. Para fugir da mesmice e encontrar liberdade, Óscar costuma sair escondido à noite e andar pelas ruas de uma Barcelona esquecida e admirar as belas arquiteturas. Em um desses passeios, o garoto fica curioso com um casarão antigo no final de uma rua já abandonada e resolve explorá-lo, e é assim que, após alguns desencontros, ele conhece Marina. Marina é uma menina encantadora, cujos olhos cinzas são profundos e intensos, por quem Óscar fica fascinado e não demora a se apaixonar. Juntos, eles vivenciam a - provavelmente - mais incrível experiência de suas vidas.


Em um passeio no mínimo diferente a um cemitério esquecido, eles encontram a por eles chamada Dama de Preto, que sempre chega em uma carruagem à mesma data e à mesma hora para visitar um túmulo que não possui inscrições, apenas um símbolo: uma mariposa negra. A partir de então, Marina e Óscar passam a tentar solucionar o mistério que envolve a tal Dama de Preto e se veem em meio a um grandioso enigma, e para resolvê-lo os dois protagonistas vivenciam perigos bem reais em uma atmosfera cheia de suspense e drama.



"Marina me disse um dia que a gente só se lembra do que nunca aconteceu"

Seguindo as pistas que nos são mostradas com genialidade a cada página, Óscar e Marina sempre se deparam com a tal mariposa negra e, após aventurosas situações de tirar o fôlego, chegam à Mijail Kolvenik e sua esposa Eva Irinova, em torno dos quais gira todo esse mistério.


Em uma narrativa simplesmente perfeita, Zafón constrói personagens muito bem explorados, tornando-os reais e com vasta dimensão psicológica. Metafórica e cheia de lirismo (como é natural das narrativas do autor), essa é uma história extremamente bem arquitetada, sem erros, com desdobramentos surpreendentes; uma trama emocionante e muito bem amarrada, que nos leva a uma grande mistura de sentimentos.



"Ninguém entende nada da vida enquanto não entender a morte - acrescentou Marina"

Germán, o pai de Marina, é um personagem extraordinário, também muito bem construído e explorado. Já doente, foi um excelente pintor, mas não superou a morte da esposa, de quem fazia belíssimos retratos, e parece que vive à espera da morte.



"Falou de suas dúvidas e medos, disse que a vida tinha lhe ensinado que todas as certezas que temos não passam de simples ilusão e que existem muitas lições que não vale a pena aprender."

Sou suspeita, pois Carlos Ruiz Zafón é meu escritor preferido <3 mas realmente adorei Marina, acho que vale muito a pena! Não ganha de A Sombra do Vento, mas nenhum ganha! hahaha


Sobre o autor: "Carlos Ruiz Zafón nasceu em 25 de setembro de 1964, em Barcelona, cenário de vários de seus romances, mas vive desde 1993 em Los Angeles, onde trabalha como roteirista. Nos anos 1990, escreveu a trilogia infanto-juvenil composta por O príncipe da névoa (1993), O palácio da meia-noite (1994) e As luzes de setembro (1995), e também Marina (1999). Lançado originalmente em 2001, A sombra do Vento vendeu mais de dez milhões de exemplares em todo o mundo.


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