8 de maio de 2014

De quando a Alma se cansa


Minha alma está cansada; anda vagarosa por aqui e ali, tentando encontrar a peça ausente do quebra-cabeça que construo todos os dias em minha mente. Pensamento organizado. Nada de emaranhado de coisas sem-sentido. Cada um tem o seu lugar, reservado, bem ali, nas partezinhas da (in)consciência. Ainda assim, perco-os de vista vez ou outra, e então vem a tempestade me dizer que perdi o controle. Ah, essa pecinha que me falta... me dá tanto trabalho! Por que tanto interesse em saber das coisas, da vida, de tudo? Pra quê? Deixa fluir, deixa ser. O mundo não espera, não para. É preciso passar à caneta o rascunho manuscrito, colocar os pontos e vírgulas corretamente nas frases da vida. Se já não sou quem fui, não sinto mais o que senti. Olho através do espelho e enxergo essa alma meio turva, desconexa, desesperada, buscando pela essência esquecida dentro de si. Preciso lembrar-me de amar essa essência, essa criação do meu-eu. Se não há amor, não há nada, tudo se perde, tudo é em vão. Olho para o relógio: que horas são? É tarde... preciso ir, preciso dormir, preciso encontrar a peça faltante para completar o quebra-cabeça da vida.


- Bia Nogueira

Um comentário:

  1. É... as peças desconexas! rs
    E de repente nota-se que quebra-cabeças faltam peças, não porque não foram fabricadas, mas porque no envolvimento com os outros jogos, essas peças se perderam, as vezes, sutilmente....
    Pra quem, por uma vida toda, longa ou curta, sempre teve todas as peças, na falta delas, nota a bagunça em si.
    Então, aprende a conviver sem elas ou inquietamente sempre procurará por elas.
    ´Somos um desconexo dos nossos próprios quereres`.
    Beijo beijo, linda prima!

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