23 de maio de 2014

O Segredo do Meu Marido - Liane Moriarty

Nome Original: My Husband's Secret
Editora: Intrínseca
Páginas: 368
Gênero: Romance/Mistério
Ano: 2014
ISBN: 978.85.8057.479-1
Classificação: EstrelasEstrelasEstrelasEstrelasEstrelas 
Onde Comprar: SUBMARINO | SARAIVA | CULTURA 
 
 

O Segredo do Meu Marido me chamou muito a atenção logo que foi lançado, principalmente pela capa linda que ganhou, e sem dúvidas entrou para a minha wishlist literária. Foi por isso que fiquei imensamente feliz quando chegou pelo correio um kit desse livro como forma de boas-vindas da Editora Intrínseca para os novos parceiros; nem acredito que recebemos justamente a leitura que eu mais aguardava no momento! Não sabia o que esperar do enredo, então simplesmente comecei a ler sem grandes expectativas, e acho que foi por isso que gostei tanto da leitura.


Cecilia Fitzpatrick é uma mulher extremamente organizada e tem absolutamente tudo sob seu controle (ou pelo menos ela pensa que tem), é uma mãe, esposa e dona de casa muito dedicada, além de ser uma respeitada representante da marca Tupperware. Sua filha do meio, Esther, é uma criança de 10 anos muito curiosa e sua mais nova obsessão é o Muro de Berlim. Para agradar a filha, Cecilia decide presenteá-la com um pedaço do Muro que ela havia adquirido em sua viagem à Alemanha pouco tempo depois de sua queda. E foi durante a busca pela pequena rocha que ela se deparou com uma carta endereçada a ela e com instruções para ser aberta apenas na ocasião da morte de seu marido, John-Paul Fitzpatrick.



Tess O'Leary mora em Melbourne, Austrália, e está satisfeita com sua vida pessoal e profissional - é bem casada, tem um marido que a ama, um filho lindo de seis anos chamado Liam e sua pequena agência de publicidade está indo muito bem. De repente, tudo muda completamente quando seu marido Will e sua prima Felicity - ambos sócios da microempresa - anunciam que estão apaixonados; amor puro e verdadeiro. Acontece que Felicity não era apenas prima e melhor amiga de Tess, elas eram quase como uma única pessoa desde que nasceram, haviam dividido tudo durante toda a vida - agora, inclusive o marido. Arrasada e chocada com a traição, Tess, que sempre se sentira uma pessoa equilibrada apesar da timidez, se vê encurralada e viaja para Sidney com Liam, para ficar na casa da mãe. Ela matricula o filho na escola cristã onde havia estudado, a St. Ângela e lá reencontra um ex-namorado, Connor Whitby, que agora será o professor de educação física de Liam.


Rachel Crowley divide seu tempo entre o trabalho na secretaria da St. Ângela e os dias em que passa com seu netinho Jacob, sua única alegria. Mas essa alegria se esvai com a notícia de que seu filho Rob e sua nora Lauren irão se mudar para Nova York e, claro, levarão Jacob com eles. Ela é um senhora angustiada e amargurada; nunca superou o assassinato de sua filha Janie aos 17 anos. E 28 anos depois o caso nunca fora resolvido - não se sabe quem matara Janie. Mas Rachel se convencera durante todos esses anos de que Connor teria algo a ver com a morte da filha, pois fora o último a ver a menina.


O destino dessas três mulheres foi misteriosa e surpreendentemente entrelaçado.




Nenhum de nós conhece os possíveis cursos que nossas vidas poderiam ter tomado. E provavelmente é melhor assim. Alguns segredos devem ficar guardados para sempre. Pergunte a Pandora.



O segredo é revelado pouco antes da metade do livro e o enfoque principal não é no segredo em si, mas as consequências por ele trazidas para a vida de tantas pessoas. Liane Moriarty criou um enredo inusitado e surpreendente. Não se trata um chick-lit clichê, mas sim de uma história misteriosa muito bem arquitetada. A autora construiu um romance com alta dose de realidade: personagens com extensas e profundas dimensões psicológicas muito bem exploradas através do narrador onisciente, que constrói as personagens de forma muito íntima, fazendo-nos ora amá-las, ora odiá-las. Moriarty não hesita em dimensionar os defeitos, medos e fraquezas de seus personagens que, como todos os seres humanos, são imperfeitos. É um enredo cheio de detalhes sobre os personagens extremamente importantes para a amarra final dos fatos.


Adorei a história e adorei a leitura. Gostei muito mesmo da narrativa da Liane Moriarty, cheia de mensagens bonitas sobre a vida e o ser humano, metáforas e metonímias. Mas, principalmente, adorei o jeito como ela conseguiu me surpreender: quando tudo parecia muito óbvio veio um final incrível e de tirar o fôlego. Não leiam o epílogo antes de terminar a leitura! É simplesmente UAU!


Esse é um livro sobre a vida, sobre possibilidades e sobre o destino. Sobre o que foi e o que poderia ter sido. O enredo nos mostra como cada pequena decisão que tomamos, como cada pequenina ação podem influenciar decisivamente em nosso futuro. Recomendo muitíssimo essa leitura! ♥


* * *


Sobre a autora: "Liane Moriarty nasceu em novembro de 1966 na Austrália. Antes de se tornar escritora em tempo integral, com cinco romances e uma série de livros infantis publicados, Liane trabalhou como gerente de marketing de uma editora e foi redatora freelance, com colaborações para textos publicados em sites e conteúdo para comerciais de TV. Ela mora em Sydney com o marido e os dois filhos pequenos."


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Beijos com carinho! 

13 de maio de 2014

O Teorema Katherine - John Green

Título Original: An Abundance of Katherines 
Editora: Intrínseca 
Páginas: 302
Gênero: Romance/Ficção/Young-Adult
Ano: 2013
ISBN: 978-85-8057-315-2
Classificação: EstrelasEstrelasEstrelasEstrelasEstrelas
Onde Comprar: SUBMARINO | SARAIVA | CULTURA
 

O enredo de O Teorema Katherine, narrado em terceira pessoa, nos apresenta Colin Singleton, um garoto com grande dificuldade de se socializar, que ama formar anagramas, e é considerado - por ele próprio, pelos pais e por todos os que o rodeiam -  um garoto prodígio. Por esse rótulo criado, o personagem se cobra muito para ter um futuro brilhante e ser famoso e reconhecido por algo incrível que tenha criado para a humanidade; isso faz com que ele seja bastante irritante e egoísta em alguns momentos. Seu único amigo, Hassan Harbish, é um menino gordinho, muçulmano e muito engraçado, que renderá boas risadas ao longo da história.




"Qual é o sentido de estar vivo se você nem ao menos tenta fazer algo extraordinário?"



Colin acabou de ser dispensado pela sua décima nona namorada - a Katherine XIX - e está simplesmente desolado. É manhã seguinte à formatura do Ensino Médio e ele sabe que a partir de agora tudo será diferente, porém sem a sua mais recente amada Katherine, o que faz tudo piorar. Ele, então, começa a montar um teorema, pelo qual pretende comprovar, baseado em seus dezenove relacionamentos anteriores, todos com Katherines, que é possível prever quanto tempo um relacionamento durará e quem serão o Terminante e o Terminado.




“Eu não acho que seja possível preencher um espaço vazio com aquilo que você perdeu. Não acho que nossos pedaços perdidos caibam mais dentro da gente depois que eles se perdem. Agora foi a minha ficha que caiu: se eu de alguma forma a tivesse de volta, ela não encheria o buraco que a perda dela deixou.”



Para animar o amigo, Hassan o convida para uma viagem de carro sem destino certo. Durante toda a viagem, Colin não desliga o pensamento de seu teorema - afinal de contas, ele é um menino prodígio e precisa completá-lo. Finalmente chegam em Gutshot, uma cidadezinha no Tennesseee, onde param, curiosos com uma placa que diz conduzir ao túmulo do Arquiduque Ferdinando. É nessa cidade que os amigos ficarão durante todo o verão e onde viverão uma aventura muito gostosa e diferente.


Logo que chegam eles conhecem uma garota chamada Lindsey Lee Wells, que chama a atenção por seu charme peculiar. Lindsey é uma personagem muito importante para o desenvolvimento do enredo e tem muito o que ensinar ao Colin - ela o ajudará a consertar o Teorema e a superar suas dezenove Katherines, mas não antes de passarem por muitas coisas juntos, claro.




“Alguma vez você já se perguntou se as pessoas gostariam mais ou menos de você se pudessem vê-la por dentro? Sempre me pergunto isso. Se pudessem me ver do jeito que eu me vejo, se pudessem viver nos meus pensamentos, será que alguém, qualquer pessoa, me amaria?”



O Teorema Katherine é um livro cativante. Personagens muito bem construídos e explorados, conferindo ao texto um nível de detalhamento muito importante para o desenvolvimento do enredo; narrativa instigante, fazendo-se cada vez mais  necessário o virar de páginas. John Green, como sempre, foi capaz de criar uma leitura gostosa, rápida e fluida. Utilizando-se de uma construção narrativa bastante diferente, o autor explora recursos - os quais eu adorei - como os neologismos e o uso de notas de rodapé super divertidas, deixando a obra extremamente criativa e bem humorada. Vocês não vão conseguir parar de ler! E no final há um apêndice, onde há a explicação matemática - e real - do Teorema, muito, muito, muito bacana!




"É possível amar muito alguém, ele pensou. Mas o tamanho do seu amor por uma pessoa nunca vai ser páreo para o tamanho da saudade que você vai sentir dela."



* * *


Sobre o autor: “John Green,premiado best-seller do The New York Times, é formado em língua inglesa e estudos religiosos pelo Kenyon College, em Ohio. Nasceu em 1977 em Indiana, onde vive com a mulher e o filho, e ao longo dos anos morou em Nova York, Illinois, Michigan, Flórida e Alabama. Atuou como redator na National Public Radio em Chicaco, foi editor assistente e de produção da revista de resenhas literárias Booklist e assinou críticas de livros para o The New York Times. Personalidade ativa na internet, além do próprio blog, do Twitter e do canal do YouTube Vlogbrothers, John coapresenta os vídeos do projeto “Crash Courses”: canal on-line com aulas gratuitas de história e biologia. Ele autografou todos os 150 mil exemplares da primeira tiragem de A culpa é das estrelas nos Estados Unidos.”



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8 de maio de 2014

De quando a Alma se cansa


Minha alma está cansada; anda vagarosa por aqui e ali, tentando encontrar a peça ausente do quebra-cabeça que construo todos os dias em minha mente. Pensamento organizado. Nada de emaranhado de coisas sem-sentido. Cada um tem o seu lugar, reservado, bem ali, nas partezinhas da (in)consciência. Ainda assim, perco-os de vista vez ou outra, e então vem a tempestade me dizer que perdi o controle. Ah, essa pecinha que me falta... me dá tanto trabalho! Por que tanto interesse em saber das coisas, da vida, de tudo? Pra quê? Deixa fluir, deixa ser. O mundo não espera, não para. É preciso passar à caneta o rascunho manuscrito, colocar os pontos e vírgulas corretamente nas frases da vida. Se já não sou quem fui, não sinto mais o que senti. Olho através do espelho e enxergo essa alma meio turva, desconexa, desesperada, buscando pela essência esquecida dentro de si. Preciso lembrar-me de amar essa essência, essa criação do meu-eu. Se não há amor, não há nada, tudo se perde, tudo é em vão. Olho para o relógio: que horas são? É tarde... preciso ir, preciso dormir, preciso encontrar a peça faltante para completar o quebra-cabeça da vida.


- Bia Nogueira