16 de abril de 2014

Resenha + Livro X Filme: A Menina que Roubava Livros - Markus Zusak

Nome Original: The Book Thief 
Editora: Intrínseca
Páginas: 480 páginas
Gênero: Drama/Ficção histórica
Ano: 2009
ISBN: 978-85-98078-17-5
Classificação: EstrelasEstrelasEstrelasEstrelasEstrelas 
 Onde Comprar: SUBMARINO | SARAIVA | CULTURA
 

A Menina que Roubava Livros, de Markus Zusak ganhou o coração dos leitores logo que foi lançado, em 2009. Cinco anos mais tarde, a obra ganhou uma adaptação cinematográfica e voltou a conquistar os fãs. Quase impossível não se apaixonar por esse enredo!


Era 1939, Alemanha Nazista. Liesel Meminger, uma garotinha de nove anos, e seu irmãozinho caçula, Werner estão à caminho de Molching, uma cidadezinha alemã próxima à Munique, onde passarão os próximos anos de suas vidas, longe da mãe. O abandono se deu devido ao fato de a mãe das crianças ser comunista e precisar fugir. No entanto, durante a viagem de trem, Werner tem um ataque de tosse terrível e falece nos braços da mãe, os olhos azuis vidrados no chão, olhos esses que atormentarão os sonhos de Liesel durante algum tempo. O enterro é feito quando chegam à próxima estação e é nessa ocasião que a roubadora de livros rouba o seu primeiro livro: O Manual do Coveiro. 


Dentro de algumas horas Liesel se despedirá da mãe e nunca mais a verá ou ao irmão, morto. A menina se sente devastada e completamente só. A viagem segue e quando, finalmente, chega à Rua Himmel, 33, ela é recebida por Hans Hubermann, o papai, e Rosa Hubermann, a mamãe. O pai é um sujeito amável, dócil, paciente e muito bondoso, por quem Liesel logo se afeiçoa. Já a mãe, embora tenha um coração enorme, é ríspida, impaciente, geniosa e adora xingamentos, tais como Saumensch e Saukerl (ambos significam "imbecil", "idiota", sendo o primeiro designado às pessoas do gênero feminino e o segundo às pessoas do gênero masculino). Trata-se de uma família muito humilde, mas que recebeu Liesel com o  maior carinho.




"E mostraria a mim, mais uma vez, que uma oportunidade conduz diretamente a outra, assim como o risco leva a mais risco, a vida, a mais vida, e a morte, a mais morte."



Com o tempo, Liesel encontra conforto em seu novo lar, principalmente devido à enorme paciência e bondade que papai demonstra, sempre disposto a alegrá-la e a ensiná-la. Ele a ensina a ler e a escrever e fazem tudo juntos. Logo ela conhece seu vizinho Rudy, um garoto com cabelos de limão que adora irritá-la e competir com ela no futebol e nas corridas; ele se tornará seu melhor amigo e primeiro amor. Inseparáveis, eles enfrentam juntos todas as dificuldades trazidas numa época de guerra. Mas é nas palavras que a Liesel realmente encontrará conforto, esperança e alegria. Os livros se tornarão para ela verdadeiros tesouros. (E paro por aqui para não dar spoilers!)


A história de Liesel nos é contada pela própria Morte, criatura que se mostra muito simpática e sensível e que, devido à sua imortalidade, tem muito para nos dizer. Essa estratégia de narrativa criada por Zusak é simplesmente genial. Um ponto de vista nunca antes explorado. O enredo gira em torno dos dias de Liesel em sua nova vida durante a Segunda Guerra Mundial, é cheio de detalhes e de mensagens inspiradoras, propiciadas pelo ambiente da guerra e também pela visão que a narradora tem dos seres humanos e de suas atitudes.  Os personagens são muitíssimo bem construídos e explorados, a narrativa é fantástica, muito peculiar e diferente de tudo que eu já tinha lido, e a história em si é extremamente emocionante. Pode parecer que não devido à certa monotonia do enredo que enfoca justamente os dias de Liesel, como eu havia dito, mas essa história tem sim muito a acrescentar e surpreender, acredito que pela riqueza de detalhes de uma narrativa incrível.


Simplesmente adorei esse livro, que com certeza entrou para a minha lista de favoritos! Não se trata de uma leitura fácil; a narrativa é poética e inspiradora, cheia de metáforas e metonímias e nos força a  ler com bastante atenção para não deixar nenhum detalhe passar sem ser percebido; é uma história muito forte e triste, que mexe fundo com as nossas emoções. Mas com toda a certeza trata-se de um livro que vale muito a pena ser lido. E como se não bastasse um enredo fascinante, a edição feita pela Editora Intrínseca está incrível, perfeita, linda e maravilhosa. AMEI! Super indico!




"Mas, afinal, será que é covardia reconhecer o medo? Haverá covardia em ficar contente por ter vivido?"



A adaptação cinematográfica de mesmo nome, assim como a grande maioria dos filmes baseados em livros, deixa um pouco a desejar. Apesar de a essência ter sido preservada e com grande fidelidade ao enredo original, muita coisa deixa de ser mostrada, cenas são cortadas e outras são misturadas. Mas, infelizmente, não há como ser de outra forma. Um filme nunca conseguirá passar exatamente da mesma forma o que um livro consegue. As palavras narradas em um livro nem sempre conseguem ser transpassadas através de imagens. Mesmo assim, gostei bastante da adaptação de uma maneira geral, me emocionei novamente e adorei o elenco escolhido. Acredito que todos tenham interpretado muito bem seus papeis e transmitiram de maneira muito real os sentimentos e emoções sentidos pelos personagens ao longo da história. Sophie Nélisse, a atriz que interpretou a Liesel, foi realmente incrível, ela conseguiu captar e transmitir perfeitamente todas as emoções da personagem, raiva, alegria, tristeza. E os atores que interpretaram Hans e Rosa, respectivamente Geoffrey Rush e Emily Watson, também se encaixaram perfeitamente em seus papeis.




"As pessoas só observam as cores do dia no começo e no fim, mas para mim está muito claro que o dia se funde através de uma multidão de matizes e gradações, a cada momento que passa. Um só hora pode consistir em milhares de cores diferentes. Amarelos céreos, azuis borrifados de nuvens. Escuridões enevoadas. No meu ramo de atividade, faço questão de notá-las.



* * *


Sobre o autor: "Filho de pai austríaco e mãe alemã, o autor australiano decidiu escrever A menina que roubava livros a partir da experiência dos pais sob o nazismo em seus países de origem. Markus Zusak realizou ampla pesquisa sobre o tema na própria Alemanha, checando informações em Munique e visitando o campo de concentração de Dachau. Algumas histórias da ficção são recordações de infância da mãe. Eu sou o mensageiro rendeu-lhe os prêmios Livro Jovem do Ano, da Publisher's Weekly, e Livro do Ano para Leitores mais Velhos, concedido pelo Conselho Australiano de Livros Infantis. A menina que roubava livros o consagrou internacionalmente, liderando as listas de livros mais vendidos do jornal The New York Times e de vários veículos da mídia brasileira.


Espero que tenham gostado! Não se esqueçam de comentar a opinião de vocês!


Quem quiser me seguir no Skoob é só clicar aqui.


Beijos com carinho! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário